As sanções impostas ao Irão pelos Estados Unidos da América (EUA) afectaram indirectamente o menino Younes de sete anos, diz a família a Euronews, sustentando que o menino sofre de uma doença genética rara chamada adrenoleucodistrofia, também conhecida por ALD.
“Há um ano que os médicos disseram que necessita de um transplante de medula óssea, mas não foi possível efectuar os testes, por causas das restrições relacionadas com as sanções”, acusam, acrescentando que uma das coisas que era necessária para o transplante era um teste chamado HLA.
O teste primário podia ser feito aqui no Irão, mas o final no caso o HLA de alta resolução tinha de ser feito na Alemanha, mas no momento em se devia fazer o teste e enviar as amostras para a Alemanha, as sanções tinham atingido o auge e a DHL tinha suspendido todas as actividades no Irão.
“Como as amostras tinham de ser enviadas mediante protocolos específicos, não foi possível usar o correio normal ou pedir a uma pessoa para as transportar”, explica o tio do petiz, Mohamad Hasani.
Os Estados Unidos insistem que bens humanitários, como medicamentos, estão isentos das sanções que impôs ao Irão, mas as restrições ao comércio e o facto de as “instituições financeiras não quererem processar transacções com o país, têm posto em perigo milhares de vidas”, realça a correspondente da Euronews em Teerão, Anelise Borges.
“Somos, na verdade, o sector mais afectado. Acho que isto é verdadeiramente um crime”, deplora Reza Malekzadeh, médico e ex-ministro iraniano da Saúde, entre 1991 e 1993.
No entanto acrescenta que “não podemos culpar ninguém, mas aqueles que dizem que as sanções não têm efeito nas pessoas comuns e que apenas afectam o Governo, deviam ver isto”, desafia o tio de Younes.
Um ano depois por causa da falta de serviços da DHL no Irão, motivada pelas sanções dos Estados Unidos, o pequeno Younes está numa cama e já deixou de andar, perdeu a visão e a audição, bem como não consegue comer.
