Os deputados da República Democrática do Congo (RDCongo) aprovaram o programa e a constituição do Governo do primeiro-ministro Sylvestre Ilunga Ilunkamba, numa sessão que ficou marcada pela ausência da oposição, escreve o DN que cita a Lusa.
“Dos 379 deputados que votaram, 375 votaram a favor, nenhum votou contra e quatro deputados abstiveram-se. Portanto, a Assembleia Nacional aprova o programa do Governo”, anunciou a presidente da câmara baixa do parlamento da RDCongo, Jeanine Mabunda, no final da votação, citada pela agência France-Presse.
Mabunda procedeu então à assinatura da “moção de aprovação e investidura do Governo”.
Antes da votação, Ilunga Ilunkamba respondeu às preocupações levantadas pelos deputados durante a sessão de terça-feira, aquando da apresentação do programa do Governo e de um debate geral.
“O nosso programa é realista (…), resulta de um diagnóstico rigoroso”, com vista a “melhorar o quotidiano do povo congolês”, declarou o primeiro-ministro, citado pela mesma fonte.
O chefe do Governo assumiu que o Executivo fará da “pacificação” o seu principal objetivo e irá agir de “maneira implacável contra os que fizeram do massacre dos congoleses o seu negócio”.
A sessão desta sexta-feira foi boicotada pelos deputados da oposição.
No final da reunião, Mabunda declarou encerrados os trabalhos da sessão extraordinária iniciada em 19 de agosto na Assembleia Nacional.
O Governo de Ilunga Ilukamba, composto por 66 elementos, resulta de uma coligação entre as forças políticas do Presidente, Félix Tshisekedi, e as do seu antecessor, Joseph Kabila, que detém a grande maioria do parlamento congolês.
As eleições presidenciais e legislativas na RDCongo realizaram-se no mesmo dia, 30 de dezembro de 2018, mas os resultados eleitorais não foram pacificamente aceites por todas as forças políticas.
No final de janeiro, o candidato classificado em segundo lugar nas eleições presidenciais da República Democrática do Congo, Martin Fayulu, apelou a protestos em todo o país, depois de a justiça ter ratificado a vitória de Félix Tshisekedi.
Os resultados das eleições legislativas, realizadas no mesmo dia das presidenciais, deram uma larga maioria às forças favoráveis ao Presidente cessante, Joseph Kabila (pelo menos 350 deputados em 500), à frente do país desde 2001.