Portal de Angola | Diniz Kapapelo
O antigo ministro dos Transportes angolano, Augusto Tomás, foi esta quinta-feira condenado a 14 anos de prisão no “Caso CNC”.
O advogado de Augusto Tomás, Sérgio Raimundo, denunciou uma sentença cheia de contradições. “São tantas as contradições que a dada altura dá a sensação que esta sentença não tem nada a ver e vem não sei de onde. Estou a pensar sinceramente a abandonar a advocacia porque não há condições para uma advocacia séria”, declarou.
O “Caso CNC”, julgado pelo Tribunal Supremo, envolve o ex-director-geral do Conselho Nacional de Carregadores (CNC), Manuel António Paulo, e os antigos directores-adjuntos Isabel Bragança, condenada a 12 anos, Rui Manuel Moita a 10 anos e Eurico Pereira da Silva a dois anos de prisão.
“Os réus apropriaram-se sem escrúpulos, e plenamente conhecedores da licitude dos seus actos, de dinheiros públicos para esvaziar os cofres do Estado em prol de benefício pessoais”, ouviu-se da voz do Juiz Joel Leonardo durante a leitura da sentença.
O tribunal apresentou 133 requisitos analisados pelos advogados de defesa, que pediram a reformulação de algumas questões pontuais, assim como procederam ao acréscimo de outros aspectos.
Os réus são acusados de peculato, branqueamento de capital, associação criminosa e prática de artifícios fraudulentos para desviar fundos do Estado com o fim de capitalizar as suas empresas e algumas entidades privadas, num montante estimado em mais de mil milhões de kwanzas, 40 milhões de dólares e 13 milhões de euros.