O Movimento Independentista de Cabinda (MIC) não espera qualquer mudança com a troca de governadores naquela província angolana porque “o poder colonial de Luanda vai continuar”, afirmou Alberto Puna, secretário para Formação Política e Ideológica daquela organização.
No programa Angola Fala Só da VOA, Puna defendeu a independência de Cabinda. Disse que as autarquias não vão resolver o problema do enclave e criticou o “colonialismo de Luanda”.
Questionado por um ouvinte por que José Eduardo dos Santos e outros antigos dirigentes “que roubaram o povo” não vão para a prisão, aquele responsável afirmou que “esse é um problema de Angola e os angolanos é que devem resolvê-lo”.
Também remeteu para o anterior ministro dos Transportes, Augusto Tomás, hoje na cadeia à espera da a sentença num caso de corrupção, a resposta à pergunta se ele está a contas com a justiça por “financiar a FLEC”.
Alberto Puna, instado por outro ouvinte sobre a origem do pedido de independência para Cabinda, recorreu a vários documentos e datas para mostrar que “a luta pela independência é muito anterior a 1975” e que a “FLEC por exemplo, foi fundada antes de alguns partidos, como a própria UNITA”.
Confrontado por vários internautas e ouvintes acerca do afastamento do antigo presidente do MIC, Maurício Gimbi, e uma eventual cisão no movimento, Puna disse que o anterior líder ter-se-á “afastado dos estatutos e ideias do MIC”, mas que ele continua a ser um defensor de Cabinda.
O secretário para Formação Política e Ideológica refutou a ideia de haja cisão no MIC “porque saíram apenas quatro pessoas que fizeram a sua opção de continua a lutar de outra forma”.