RFI | Miguel Martins
A organização não governamental britânica Global Witness publicou hoje um relatório acusando o filho mais novo do chefe de Estado do Congo, Denis Christel Sassou Nguesso, de ter desviado mais de 50 milhões de dólares dos fundos públicos em 2014.
O esquema assentaria em empresas de fachada, nomeadamente a Gabox, que na realidade seria detida por Denis Christel Sassou-Nguesso, filho do actual chefe de Estado do Congo (Brazzaville).
O governo de Brazzaville teria assinado um contrato com a empresa brasileira Asperbras que, em seguida, terá firmado um sub-contrato com a empresa cipriota do filho do estadista congolês, Gabox.
Tratar-se-ia de uma empresa onde se teria dissimulado o nome do respectivo proprietário.
No centro do escândalo volta a estar o já conhecido intermediário português que é José Veiga, que dirige a filial congolesa do grupo brasileiro Asperbras.
Ora em 2013 uma filial americana da Asperbras conclui um contrato de 675 milhões de dólares com o Estado congolês.
Este é um caso parecido com a da filha de Denis Sassou Nguesso, Claude Sassou Nguesso, que teria desviado milhões de dólares de fundos públicos na compra de um apartamento de luxo em Nova Iorque na celebrérrima Torre Trump, do actual chefe de Estado americano.
A transacção teria tido, também, como intermediário o empresário português José Veiga e que foi denunciado também pela Global Witness em Abril passado.
Mariana Abreu é pesquisadora na ong em causa e resume aqui o que se apurou neste caso que implica somas que teriam passado pelos Estados Unidos, Ilhas Virgens britânicas e seis Estados europeus, incluindo Chipre.