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O centro histórico de Mbanza Congo, uma cidade localizada na zona norte de Angola, capital da província do Zaire, foi classificado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade a 8 de julho de 2017.
Dados divulgados pela UNESCO apontam a cidade de Mbanza Kongo, como sendo a capital política e espiritual do Reino do Congo, um dos maiores estados constituídos na África Austral, do século XIV ao século XIX.
Trata-se de uma área histórica que cresceu em torno da residência real, da corte costumeira da árvore sagrada e do local real de funeral.
Passaram-se séculos mas os hábitos, costumes e tradições perduram, bem como os monumentos e os locais sagrados.
Fazem parte do centro histórico as ruínas de Kulumbimbi, a árvore Yala Nkuwu, o Súnguilo – local sagrado considerado tribunal tradicional, a antiga residência dos Reis do Congo, transformada em museu.
No interior estão expostos objetos que pertenceram aos monarcas que por lá passaram e que lhes foram presenteados pela primeira missão de portugueses, em jeito de confraternização.
É ao pé da Árvore Sagrada Yala Nkuwu onde continuam a ocorrer os julgamentos contra as transgressões sociais e espirituais.
Reza a história que o fundador do reino do Congo Nimy-a-Luqueny, sendo uma autoridade espiritual, quando chegou aquela região reconheceu na árvore o poder especial de pressagiar coisas boas ou más. E assim acontece até aos dias de hoje.
O Súnguilo é o local sagrado onde os os restos mortais dos Reis eram preparados por mulheres escolhidas a dedo.
O Lumbo, ou seja Tribunal Tradicional, é o local destinado a albergar julgamentos tradicionais. Instalado no quintal do Museu dos Reis do Congo, foi igualmente classificado como património imaterial, pela forma como pelo papel fundamental na resolução de conflitos no seio das comunidades locais.
É no Cemitério onde as autoridades tradicionais provenientes das províncias de Angola, da República Democrática do Congo, do Congo e do Gabão, se reúnem ainda hoje para cerimónias em homenagem aos ancestrais do antigo Reino do Congo.
Já as Ruínas de Kulumbimbi têm despertado interesse da comunidade científica internacional pela sua singular arquitetura”
Kulumbimbi é a primeira igreja construída na África subsariana, por missionários católicos que faziam parte da primeira expedição portuguesa liderada por Diogo Cão quando chegou a Angola em 1482.
O relatório da UNESCO dá conta que a propriedade ilustra as funções políticas e religiosas como foram exercidas no coração do antigo Reino do Congo.
Relativamente à sua conservação e integridade, a UNESCO considera-as frágeis principalmente pela pista de pouso, localizada na zona de amortecimento.
Para atender está observação da UNESCO o executivo Angolano comprometeu-se em transferir a pista de pouso de aviões para um novo aeroporto a ser construído fora da cidade.