Jornal de Angola
Um país, uma Selecção! Assim pensam os Palancas Negras, antes da estreia na 32ª edição da Taça de África das Nações em futebol (CAN), frente às Águias de Cartago, hoje às 18h00, na cidade de Suez, sede do Grupo E, que reserva para as 21h00, o jogo Mali-Mauritânia, no encerramento da primeira jornada.
A pulsar futebol, Angola conta o tempo para ver desfilar as suas estrelas na grande montra continental. Para trás ficou tudo o que a dado momento representou grão de areia na engrenagem. Hoje as vontades convergem no sentido da satisfação dos anseios do povo, que quer sorrir de felicidade, por ter um representante capaz de ombrear com adversários à partida mais fortes.
Começa aqui a oitava presença angolana na cobiçada competição, alcançada apenas por quem conseguiu resistir às exigências da fase de apuramento. Os Palancas Negras foram distintos, apesar do arranque em marcha lenta, com a derrota (1-3) na deslocação ao reduto do Burkina Faso, colosso que
acabou sem fôlego e fora dos 24 países que têm a honra de baptizar o CAN alargado.
O espírito de união reinante no balneário da equipa nacional contagia os adeptos, que, irmanados numa gigantesca roda de aço, abraçam a sua Selecção, dispostos, mesmo distantes, a sofrer com ela
até ao último segundo, convictos de que em campo os jogadores darão tudo que têm.
E, por serem somente 11 de cada lado, não mais que isso, os pupilos de Srdjan Vasiljevic confiam no que preparam para contrariar a força dos tunisinos, mais bem colocados nos “rankings” da CAF e da FIFA, por ser dentro das quatro linhas que se afere a competência de uma equipa.
Nem as baixas registadas nos potenciais titulares esmorecem a determinação do grupo liderado por
Mateus Galiano, capitão que assina no Egipto a quarta participação na Taça das Nações. Aliás, será
também por Show, impedido de jogar por acumulação de cartões amarelos, e Gelson Dala, goleador limitado fisicamente num choque com Jonathan Buatu, no treino de sexta-feira, que quem for lançado a jogo vai procurar superar o adversário, sobretudo na capacidade de contornar as adversidades.
Grupo destemido quer contrariar prognósticos
Sem cair na tentação de sobrevalorizar a Tunísia ou, numa espécie de “temor reverencial”, avaliar por baixo a sua competência futebolística, os Palancas Negras estão cientes das inúmeras dificuldades a enfrentar, pela maturidade competitiva das Águias de Cartago. Porém, deixam claro que pisarão o relvado do Estádio Suez Army convictos de que o resultado será decidido no somatório dos erros e acertos de cada uma das selecções.
No ensaio de sexta-feira, esclarecedor na definição dos caminhos a seguir, no sentido da conquista do êxito na estreia, Vasiljevic desenhou uma equipa intensa, projectada para a pressão no início do processo ofensivo dos tunisinos, num bloco médio-alto, assente no envolvimento do portador da bola, com sub-marcação aos jogadores à procura de linhas de passe.
As últimas projecções feitas no complexo turístico Marine Wadi Degla mostraram a inclinação do treinador para a aposta de início em Tony Cabaça; Paizo, Bastos, Dany Masunguna e Bruno Gaspar; Stélvio Cruz e Herenilson; Mateus Galiano (cap), Fredy e Djalma Campos; Wilson Eduardo. No banco, aparecem como primeiras escolhas Macaia, Geraldo, Evandro Brandão e Mabululu, ao lado de Landu, Ndulo, Isaac, Buatu, Eddie Afonso e Wilson.