RFI | Miguel Martins
A Boeing obteve em plena Feira da aeronáutica e do espaço do Bourget, perto de Paris, a decorrer até este domingo, uma impressionante encomenda de aviões. O proprietário da British Airways, IAG, encomendou ao construtor americano 200 aparelhos da frota 737 MAX. A Airbus reclamou à IAG o direito de avançar com uma contra-proposta.
Esta encomenda ocorria numa altura em que a frota dos Boeing 737 MAX está imobilizada pelo mundo fora desde Março na sequência de duas catástrofes aéreas que tiraram a vida no espaço de menos de cinco meses a 346 pessoas.
Um contexto que não impediu que o construtor americano continuasse a tentar vender o aparelho, tendo obtido esta impressionante encomenda da IAG que ultrapassa os 21,45 mil milhões de euros.
Esta compra deveria equipar aviões da British Airways, mas também da Vueling, da Iberia, da Level (de Espanha) e da Aer Lingus (Irlanda).
Esta encomenda veio relegar para segundo plano o sucesso comercial do momento da Airbus: o A321XLR concebido para voos de longo curso e que desde a passada segunda-feira tinha obtido 226 encomendas na feira do Bourget.
Um certame que teria tido um montante de transacções em recuo, em relação a edições anteriores.
A feira abre ao público entre sexta e domingo, após quatro dias reservados aos profissionais.
A indústria aeronáutica tem estado a ser criticada devido à urgência de reduzir as respectivas emissões de CO2 devido às alterações climáticas.
O transporte aéreo representa actualmente 2% das emissões de dióxido de carbono, mas estas deveriam duplicar daqui até 2040.
Neste contexto os aviões eléctricos e aparelhos híbridos aparecem como as tendências do mercado.
Facto confirmado à RFI por Ricardo Patrício, responsável de desenvolvimento de negócios na empresa Active space technologies em Portugal, entidade já presença habitual nesta feira de Le Bourget, certame que assinala agora a sua edição número 53.