A 10ª edição do Fórum e Exposição Global de Tecnologias de Informação e da Comunicação (Angotic 2019), numa promoção do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, inicia na próxima terça-feira, com o foco voltado para tecnologias agrícolas.
A decorrer no Centro de Convenções Talatona, sob lema ”Fazendo o futuro”, escreve Angop, o Angotic constitui-se numa plataforma que se propõe apresentar ferramentas tecnológicas que visam resolver problemas ligadas à indústria, banca e seguros, saúde, educação, agricultura, pescas, e outros domínios da economia e da sociedade.
Durante três dias, espera-se que sejam feitas apresentações sobre vários temas, como a economia electrónica, a quarta revolução industrial, ciber segurança, órgãos reguladores e industria na era digital.
Os mais de 800 conferencistas e expositores vão analisar também temas como o aproveitamento de infra-estruturas passivas na implementação das redes de telecomunicações, indústria espacial e negócios, banda larga nas áreas rurais, construir capacidade competitiva no contexto da indústria 4.0 e o papel das telecomunicações no contexto da 4ª revolução industrial.
Esse Fórum ocorre numa altura em que o sector está a registar reformas, como a reformulação da legislação, que consiste na actualização do Livro Branco das Telecomunicações, a reestruturação da Angola Telecom – operadora da rede básica, e o lançamento de concursos públicos para atribuição de licenças para novos operadores.
A empresa pública Angola Telecom, que durante muitos anos foi o suporte das telecomunicações no país, encontra-se em reestruturação e 45 por cento do seu capital será alienado a privados, uma “lufada” de capitais que possibilitará a entrada para telefonia móvel, um segmento dominado pela Unitel e Movicel.
Com essa reestruturação, a empresa passará a operar no segmento de telefonia móvel e televisão, para recuperar os mais de 200 mil clientes perdidos nos últimos oito anos.
Essas reformas permitiram também a abertura do mercado à concorrência, em todos segmentos da actividade de telecomunicações.
Fruto das reformas feitas pelo Governo, está aberto o concurso público para cedência de uma quarta licença global, através de um Despacho Presidencial, que formaliza a abertura do procedimento de Concurso Limitado por Prévia Qualificação, aberto à participação de entidades estrangeiras, para a adjudicação do Contrato de Concessão de Serviço Público de Comunicações Electrónicas para a atribuição de um Título Global Unificado para o 4º Operador Global no Sector das Telecomunicações.
A legislação já permite a partilha das infra-estruturas entre as operadoras, eliminando assim a quebra de sinal de telefonia com antenas transmissoras de sinais das operadoras existentes no mercado e o mesmo está preparado para partilhar o sinal da futura 4ª operadora.
O Angotic 2019 vai prestar especial atenção à tecnologia agrícola, um sector que tem mais de 35 milhões de hectares de terras aráveis por explorar. Para campanha agrícola 2018/2019, mais de cinco milhões de hectares foram preparados em todo o país pelo sector empresarial e familiar, com vista a produzir 21 milhões de cereais, tubérculos, frutas, vegetais e oleaginosa, visando reduzir as importações.
O Angotic – Angola ICT Fórum 2019 é um evento global de tecnologia de informação e de comunicação, para partilha de conhecimentos e um centro de networking para entidades governamentais, actores da indústria e provedores de serviços móveis emergentes.
Vai reunir personalidades de vários sectores, líderes do sector público e privado e agentes da indústria de todo o ecossistema das TICs do país e do estrangeiro, representantes de Empresas Públicas e Privadas do Sector das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação, Meteorologia, Serviços Postais, Estudantes.
Durante o fórum será feita uma reflexão em torno do potencial e desenvolvimento das TICs e para as novas soluções de negócios, mostrando as novas tecnologias desenvolvidas pelas empresas de TI, que permitirão aprimorar a gestão, melhorar a qualidade dos serviços, ampliar a produtividade, fidelizar clientes e facilitar a tomada de decisões.
A Feira permitirá dar maior visibilidade às competências do mercado angolano, com reflexos importantes na geração de emprego, renda e qualidade de vida e na melhoria do ambiente de negócio.