DN|Lusa
O porta-voz da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), partido no poder em Moçambique, disse que as críticas ao processo de recenseamento eleitoral são “normais e habituais”, considerando que são “parte da construção de uma democracia”.
“Temos muitos críticos e, às vezes, nem vão ao terreno ver o que é que está a acontecer. Para nós, é normal. Críticas no nosso país são habituais”, disse o porta-voz do partido em conferência de imprensa em Maputo, Caifadine Manasse.
O recenseamento para as eleições gerais de 15 de outubro em Moçambique terminou no dia 30 de maio e até ao dia 26 tinham sido registados 73% do total de eleitores previstos.
O Secretário Técnico de Administração Eleitoral (STAE) fixou como meta o registo de sete milhões de eleitores, numa operação que se iniciou em 15 de abril e durou 45 dias.
A Ação Desenvolvimento e Sociedade (ADS), organização da sociedade civil moçambicana, acusou hoje o STAE de manipulação ao excluir cerca de 700 mil eleitores nas regiões onde a oposição consegue normalmente bons resultados eleitorais.
A ADS afirmou que o STAE acrescentou mais de 400 mil eleitores fora da previsão real na província de Gaza, sul do país, que sempre deu vitória à Frelimo.
A Frelimo considera tratar-se de falácias.
“Estas eleições serão as mais pacíficas porque provém de um pacote eleitoral que foi aprovado por consenso (…) e aprovado pelo parlamento”, afirmou Caifadine Manasse.
Também numa avaliação ao recenseamento eleitoral, o Instituto Eleitoral da África Austral, da sociedade civil, defendeu hoje uma auditoria ao registo eleitoral, assinalando que a operação foi marcada por irregularidades.
As eleições gerais – legislativas, presidenciais e provinciais – estão agendadas para 15 de outubro, marcando assim o término do ciclo eleitoral 2018/2019, que começou com as eleições autárquicas em 10 de outubro do ano passado.