JN|Lusa
O Presidente da República de Cabo Verde defendeu “muita cautela” em relação à moeda única que a União Africana (UA) pretende adotar até 2020, tendo em conta a “situação específica” do arquipélago e as relações com a Europa.
Jorge Carlos Fonseca falava durante o seu discurso de abertura da conferência ‘Os Desafios Atuais da Integração Política, Económica e Cultural na África Ocidental’, que decorre na Faculdade de Educação e Desporto, na Assomada, interior da ilha de Santiago.
“A UA pretende adotar, até 2020, uma moeda única, com vista a facilitar as trocas comerciais. Considerando a situação específica do nosso país, nomeadamente as relações com a Europa, esta questão tem sido encarada com muita cautela”, disse.
E assegurou: “É evidente que procuraremos sempre uma integração que não prejudique os nossos interesses nacionais”.
Na sua intervenção, reconheceu que “África continua a ser um continente relativamente desconhecido para o mundo e para a maioria” dos cabo-verdianos.
“Acredito que é chegada a hora de sairmos do discurso belo de reconhecimento da grandeza deste continente e passarmos para a ação (…)”, prosseguiu.
Segundo Jorge Carlos Fonseca, “além dos riscos potenciais que a instabilidade, particularmente a derivada do terrorismo e dos tráficos ilícitos” poderá representar para Cabo Verde e para as populações vizinhas, “é fundamental que o seu controlo ou a sua erradicação ocorram para que importantes questões políticas sejam debatidas e soluções sejam concretizadas”.
O chefe de Estado referia-se, especialmente, às políticas de transporte que devem ter em linha de conta a condição de Cabo Verde enquanto Estado insular, que “tem de merecer tratamento específico, como, aliás, as normas da Comunidade preveem”.