24 C
Loanda
Sábado, Novembro 23, 2024

Organizações da sociedade civil criticam discursos “incendiários” dos políticos

PARTILHAR

O Movimento Nacional da Sociedade Civil Para Paz, Democracia e Desenvolvimento (MNSCPDD) condenou “sem reservas” as intervenções públicas que, ao seu entender, visam apelar a “violência e incentivar a interferência das Forças de Defesa e Segurança na resolução de diferendos políticos.

De acordo com a VOA, em comunicado emitido nesta segunda-feira, 27, em Bissau, a organização exortou os dirigentes políticos da maioria parlamentar – sob o acordo de incidência parlamentar, PAIGC, APU-PDGB, UM e PND – e os outros actores a absterem-se de discursos políticos “incendiários, capazes de comprometer a paz e tranquilidade de que o país tanto necessita”.

“As declarações públicas proferidas, no último sábado, pelos líderes da maioria parlamentar, em que solicitaram as Forças Armadas para “abrir alas”, com vista a “penetração no Palácio da República” e demais outros feitos neste mesmo dia”, incentivam a violência e a interferência das Forças Armadas nos assuntos políticos e põem em causa a missão apartidária e republicana das Forças Armadas”, lê-se no documento assinado por Fodé Caramba Sanhã, presidente do Movimento.

O MNSCPDD encoraja, por conseguinte, as Forças de Defesa e Segurança a manterem-se equidistantes das disputas político-partidárias, cumprindo “rigorosamente” a sua missão republicana de defender a integridade territorial da Guiné-Bissau.

No que concerne ao impasse político no Parlamento, o Movimento apelou os partidos políticos com assento parlamentar a encetarem o diálogo político “sério e construtivo”, com a finalidade de ultrapassar o “impasse” reinante na Assembleia Nacional Popular (ANP), e consequentemente, concluir o processo de eleição dos restantes membros da mesa daquele órgão de soberania, exortando, também, a classe política a adoptar a “moderação e contenção” como forma de reivindicar os seus legítimos direitos

Por outro lado, o Movimento Nacional da Sociedade Civil Para Paz, Democracia e Desenvolvimento apelou ao Presidente da República, José Mário Vaz, a utilizar os seus poderes constitucionais, com vista a nomeação, com maior brevidade possível, de novo Governo, em consequência dos resultados eleitorais.

Ao Governo, o movimento da Sociedade Civil exige que dialogue com as centrais sindicais, de forma a encontrar soluções para colocar fim às sucessivas ondas de greve na administração pública guineense.

O comunicado também aborda a carga policial desta segunda-feira contra os alunos que exigiam o fim de greve nas escolas públicas.

O MNSCPDD manifesta o seu “repúdio” pela forma como as autoridades policiais impediram a realização de marcha pacifica dos estudantes em pleno gozo dos direitos cívicos.

spot_img
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
spot_imgspot_img
ARTIGOS RELACIONADOS

Guiné-Bissau está a usar tecnologia blockchain para aumentar a transparência fiscal

A Guiné-Bissau, uma pequena nação mais conhecida pela instabilidade política recorrente, deu um salto gigante na transparência fiscal. Em...

Guiné-Bissau: Jovens dos partidos prometem combater regime

Ainda não é oficial, mas vários jovens de partidos guineenses prometem unir-se contra o "regime ditatorial" do Presidente Umaro...

Ativistas em Bissau: “Não cometemos nenhum crime”

Nove ativistas detidos durante um protesto em Bissau contra o Presidente Umaro Sissoco Embaló foram ontem libertados e dizem-se...

Guiné-Bissau é “parceiro firme” da Rússia, diz Sissoco Embaló a Vladimir Putin

A Rússia pode contar com a Guiné-Bissau "como parceiro firme", disse o Presidente guineense guineense ao seu homólogo da...