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Terça-feira, Novembro 26, 2024

Um milhão de pessoas em insegurança alimentar no Sul de Angola

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O presidente de Angola João Lourenço visita sexta-feira (3/05) as províncias do Namibe e Cunene que com a da Huíla são sujeitas a graves e cíclicas estiagens, que este ano causaram já a morte de mais de 12 mil cabeças de gado, apesar de até agora, oficialmente, não mortes humanas.

Segundo avança a RFI, o certo é que segundo a Unicef, a ajuda humanitária é insuficiente para atender cerca de 1 milhão pessoas, que necessitam de ajuda alimentar urgente e dos cerca de 10 milhões de dólares necessários para implementar a ajuda humanitária, não recebeu nem 1 dólar.

Para nos falar de tudo isto, o nosso convidado é o padre Pio Wakussanga, presidente da “Associação Construindo Comunidades”, que denuncia a falta de políticas públicas para mitigar a seca, defende a criação urgente de uma cesta básica alimentar para os mais vulneráveis, mas começa por fazer um histórico das secas, nesta região agroecológica árida e semiárida do Sul de Angola.

Abandono do interior de Angola
O padre Pio Wakussanga denunciou que o interior de Angola está “praticamente abandonado”. O vencedor do prémio africano “Defensor de Direitos Humanos de 2018” apontou a distinção como um “estímulo” para “continuar a lutar”.

O padre angolano Pio Wakussanga, responsável da ONG Construindo Comunidades em Angola, disse, numa entrevista recentemente à Agência Lusa, denunciou que o país tem “grandes desafios no contexto dos direitos civis e políticos e um monte de direitos no contexto económico, social e cultural”.

“Basta olhar para o interior, para as zonas rurais e ver como é que o interior praticamente está abandonado. As políticas do desenvolvimento priorizam o litoral e as cidades próximas do litoral. Com esta crise – a crise económica, a crise de visão que o país vive – isto implica que temos de lutar imenso para que os líderes do executivo consigam prestar uma grande atenção para o desenvolvimento das comunidades do interior”, declarou.

O sacerdote foi distinguido, a 13 de Novembro, em Joanesburgo, com o prémio africano “Defensor de Direitos Humanos de 2018”, atribuído pela Southern African Human Rights Defenders Network (Rede de Defensores de Direitos Humanos da África Austral).

“É um estímulo e, ao mesmo tempo, é um grande desafio. Isto não é o fim da linha. Temos de continuar a lutar tendo em conta os grandes desafios que se colocam aos defensores aos direitos humanos, no contexto da luta pelos direitos económicos, sociais e culturais no caso de Angola”, afirmou.

O também pároco da paróquia de Nossa Senhora de Fátima do Chiange, sede municipal dos Gambos, província angolana da Huíla, acrescentou que “é preciso potenciar a grande riqueza abandonada” no interior do país.

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