DW África
Segundo o maior partido da oposição moçambicana, os eleitores não estão a conseguir obter o cartão para votar em Inhambane. STAE reconhece problemas logísticos.
Desde o início do recenseamento eleitoral em Moçambique, a 15 de Abril, têm sido observadas várias irregularidades nos postos de recenseamento da província de Inhambane, no sul de Moçambique, denuncia a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).
Segundo Lurdes Eugénio, porta-voz provincial do maior partido da oposição, os computadores portáteis ficam frequentemente sem carga, há falta de inversores para os painéis solares e impressoras avariadas. Resultado: muitos cidadãos não conseguem obter o cartão de eleitor, incluindo os apoiantes da RENAMO.
“[O recenseamento] não está a decorrer de forma correta, porque em todos os postos ao nível da província há problemas com os mobiles, inversores e painéis solares. A carga acaba e os eleitores regressam a casa. Se os mobiles continuarem assim, não havemos de atingir aquilo que nós queremos”, considera.
Problemas na supervisão
A porta-voz da RENAMO em Inhambane dá ainda conta de outro problema no processo: há um mandatário do maior partido da oposição na Comissão Distrital de Eleições de Maxixe que ainda não tem credencial e isso está a impossibilitar que supervisione o recenseamento.
“O mandatário foi à Comissão Distrital de Eleições para ter a credencial, mas até hoje foi dito que ainda não tem o formulário. Isso veda também os nossos trabalhos, porque neste momento o mandatário podia fazer a supervisão, mas não está credenciado”, explica Lurdes Eugénio.
Em entrevista à DW África, Agostinho Roberto Buque, porta-voz do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) em Inhambane, responde que, tanto quanto sabe, todos os partidos com representação parlamentar estão representados nas comissões distritais, como manda a lei – incluindo a RENAMO.
No entanto, o porta-voz do STAE reconhece os problemas logísticos verificados nos postos de recenseamento, admitindo dificuldades com “algum material”, como a falta de inversores para os páineis, mas frisa que “isso não paralisa o trabalho de recenseamento”.
Segundo Agostinho Roberto Bueque, estes problemas justificam a fraca afluência de pessoas: “Na avaliação de 15 a 20 [de Abril], os resultados que temos aqui não são muito satisfatórios”.
O recenseamento eleitoral em Moçambique termina a 30 de maio. As eleições gerais estão marcadas para 15 de Outubro.