As palavras do chefe do Governo foram proferidas no final do Conselho de Ministros informal para avaliar o primeiro ano de mandato, que decorreu hoje à tarde no Palácio da Ajuda, numa declaração conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros sem direito a perguntas dos jornalistas.
“Se nuns aspetos as coisas correram melhor do que previsto e noutros aspetos pior, isso não significa que não estejamos a caminhar na direção certa e de que os resultados não sejam globalmente positivos, como é importante que aconteça e como os nossos credores externos têm reconhecido regularmente”, considerou Passos.
O primeiro-ministro apontou “a maioria parlamentar estável e coesa” que apoia o Governo como “uma garantia sólida” de que as orientações serão “prosseguidas sem perda de rumo e sem percalços políticos que fragilizariam as condições de execução do ajustamento económico e a imagem externa do país”, enaltecendo os acordos assinados com parceiros sociais e autarquias.
Desemprego é “uma chaga social”
Pedro Passos Coelho reconheceu no entanto que nem tudo tem decorrido “como programado ou do modo esperado” e que o desemprego é neste momento em Portugal “uma chaga social” que “deve inquietar” o Governo e por isso exigir “ação e programas adequados”.
O primeiro-ministro advertiu ainda que a crise portuguesa “eclodiu por causa de uma dívida e de um défice que se tinham tornado exorbitantes” e que não se pode “confundir os sintomas da crise, como o desemprego, com as políticas de ajustamento que atacam e combatem as causas da crise”.
“Que fique claro, por mais duro que seja, e é uma realidade bastante dura, não há em parte nenhuma do mundo forma de vencer uma crise económica associada a défices excessivos e a dívidas insustentáveis sem problemas sociais ou sem políticas restritivas. Se houvesse, não existiria Governo nenhum que não poupasse os seus cidadãos às dificuldades das crises e, no limite, todas as crises seriam evitadas com políticas de estímulo à economia e ao gasto público”, afirmou.
Para o primeiro-ministro, “a emergência económica, financeira e social não está vencida mas está hoje bem mais próxima de ser ultrapassada”. “Vencer esta crise implica corrigir os défices acumulados ao longo de demasiados anos, como estamos a fazer, mas só venceremos duradouramente a emergência nacional e a profunda crise se transformarmos profundamente os alicerces da estrutura económica, só issopermitirá trilhar um caminho de crescimento sustentável, que traga mais emprego e mais rendimento”, advogou.
FONTE: Expresso