DW África
Governo de Sofala, a província mais afectada no centro de Moçambique, está satisfeito com a resposta dada pelas entidades que impediu mais mortes na sequência da passagem do Idai.
Um mês depois da passagem do ciclone Idai pelo centro de Moçambique, o governo de Sofala, a província mais afectada, fez nesta segunda-feira (15.04) um balanço positivo da resposta dada a esta catástrofe, que matou mais de 600 pessoas e feriu mais de 1.600, mas reconhece que ainda há famílias que precisam de ajuda humanitária.
Nos distritos de Dondo, Búzi, Nhamatanda e Muanza, na província de Sofala, ainda há muita gente a precisar de ajuda para aguentar o dia-a-dia, um mês depois de perderem quase tudo. Os apoios tardam a chegar porque muitas vias de acesso continuam cortadas. A localidade de Nhamassidzira, no distrito de Muanza, só no fim de semana recebeu alimentos, pela primeira vez, após a passagem do ciclone Idai pelo centro de Moçambique.
O governador de Sofala, Alberto Mondlane, garante que estão a ser feitos esforços para que os bens de primeira necessidade cheguem a todos os afectados.
“O distrito de Búzi foi o que mais sofreu. Mas posso dizer que noutros distritos como Nhamatanda, Dondo e Muanza também temos populações que estão a precisar de apoio imediato de todo o tipo, como abastecer-lhes a comida e criar condições para a recuperação das suas vidas. Há distritos que sofreram mais, mas há que atender a todas as pessoas”, declarou o governador de Sofala.
Resposta atempada evita mais mortes
Em entrevista à televisão pública moçambicana, Alberto Mondlane enfatizou a rápida resposta dada de todas as entidades nacionais e estrangeiras, que evitou muitas mortes. Depois de relatos de desvio de bens dos afectados, o governador deixou garantias de que agora tudo está sob controlo.
“Em primeiro lugar gostaria de dizer que existe um sistema seguro de recepção, armazenamento e distribuição de produtos que nos são doados para garantir que cheguem aos destinatários. Houve casos de desvios mas são localizados e que não põem em causa ao sistema de gestão das ofertas que são dadas a nossa população”, garantiu.
Por causa do Idai, a população camponesa de Sofala perdeu mais de 700 mil hectares de produção variada. Para que os camponeses não passem fome nos próximos meses, o governo de Sofala quer garantir que a população regresse às zonas de produção.
No sector da saúde, o balanço também é positivo. O executivo temia que houvesse muitas mortes por cólera, o que acabou por não acontecer graças à vacinação de 800 mil pessoas. Dados oficiais indicam que pelo menos oito pessoas morreram devido ao surto de cólera, até 09 de Abril, registando-se 535 casos.
Assistência médica trava a cólera e malária
O director nacional de Assistência Médica, Ussene Issa, disse que o sector estruturou a resposta a eventuais casos de eclosão da cólera e da malária.