O comandante do Exército brasileiro, general Edson Leal Pujol, participou nesta sexta-feira, 29, numa cerimónia no Comando Militar do Planalto, em Brasília, em que foi feita a leitura da Ordem do Dia em referência a 31 de Março de 1964, data que marca o início da ditadura militar que perdurou por 21 anos.
A leitura da Ordem do Dia foi uma determinação do Presidente Jair Bolsonaro.
O documento, assinado pela cúpula das Forças Armadas e pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, foi lido na íntegra nesta por uma civil que presta serviço Hospital Militar de Área de Brasília (HMAB).
A cerimónia, que durou menos de 30 minutos, teve o canto do Hino Nacional e um desfile de apresentação das tropas.
“As Forças Armadas participam da história da nossa gente, sempre alinhadas com as suas legítimas aspirações. O 31 de Março de 1964 foi um episódio simbólico dessa identificação”, disse o documento que não classifica o regime militar como uma ditadura decorrente de um golpe.
De acordo com a Defesa, a ordem do dia deverá ser lida nas unidades militares “em actividades rotineiras” até hoje.
Ordem do Presidente
Na segunda-feira,25, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou que a determinação ao Ministério da Defesa era para que fossem feitas as “comemorações devidas” pelos 55 anos do golpe que derrubou o então presidente João Goulart e deu início à ditadura militar.
Ontem, o Presidente Jair Bolsonaro afirmou que o documento não teve o objectivo de “comemorar” o golpe, mas “rememorar” o facto e identificar pontos correctos e errados para o “bem do Brasil no futuro”.