O primeiro-ministro australiano Scott Morrison anunciou na quarta-feira que convocará o embaixador turco em Canberra pelas declarações “muito ofensivas” do presidente Recep Tayyip Erdogan sobre os ataques em duas mesquitas na Nova Zelândia.
De acordo com a France Press, Erdogan considerou os ataques perpetrados por um australiano como um ataque à Turquia e ao Islão e advertiu os antimuçulmanos daquele país que sofrerão o mesmo destino que os soldados de Gallipoli – uma sangrenta batalha da Primeira Guerra Mundial.
Gallipoli foi uma batalha da Primeira Guerra Mundial em que os otomanos deram uma sangrenta derrota a uma força aliada composta basicamente de australianos e neozelandeses.
“O presidente turco Erdogan fez declarações que considero muito ofensivas para os australianos e muito insensatas nesta delicada situação”, declarou Morrison.
“Espero e pedi que esclareçam estes comentários, que se retratem”, disse Morrison, avaliando que as declarações sobre a Austrália e sobre a resposta da Nova Zelândia ao ataque às mesquitas foram “infames”.
O supremacista branco australiano Brenton Tarrant matou 50 fiéis em duas mesquitas da cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, alegando lutar contra o que considera “invasores” muçulmanos e contra o islamismo radical.
Morrison informou ainda que estão sendo revistas as recomendações para australianos que viajam à Turquia.
“Vou aguardar para ver qual será a resposta do governo turco antes de adotar mais ações, mas posso dizer que todas as opções estão sobre a mesa”.
A Nova Zelândia já criticou Erdogan pelas suas declarações e pela divulgação de parte do vídeo dos ataques nas mesquitas de Christchurch, que matou 50 fiéis muçulmanos na sexta-feira, 15 de março.
Essa politização do ataque, disse o vice-primeiro-ministro neozelandês Winston Peters, “põe em perigo o futuro e a segurança do povo da Nova Zelândia e de nosso povo de fora, e é totalmente injusto”.