O Executivo deu em 2018 passos importantes para restaurar a confiança dos agentes económicos, ao efectuar o pagamento dos atrasados de 2015, 2016 e 2017, declarou nesta quarta-feira, o ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior.
Segundo o ministro de Estado, que falava na abertura da primeira conferência nacional sobre financiamento do sector privado, estão a ser regularizados também e com pontualidade os compromissos assumido em moeda externa.
Até Dezembro de 2018, informou, o Executivo disponibilizou 340 mil milhões de kwanzas para regularizar as dívidas atrasadas com as empresas.
O valor reembolsado representa cerca de 20% da dívida total contraída às empresas e, caso o ritmo de regularização continue, a situação estará resolvida até 2021.
Registada no sistema integrado de gestão financeira do Estado, a dívida ronda os 500 mil milhões de kwanzas, ao mesmo tempo que se procura certificar a dívida não certificada no Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado (SIGFE).
Na conferência sobre Financiamento ao Sector Privado, promovida pelo Banco Nacional de Angola, o ministro referiu que o mercado cambial caminha para a normalização, com a diferença entre a taxa de cambio oficial e a prevalecente no mercado paralelo a diminuir consideravelmente.
Outro passo dado, de acordo com o governante, é a redução da taxa de inflação que em 2018 ficou abaixo de 19%, quando em o Orçamento Geral do Estado (OGE) previa uma taxa de 28%.
“A confiança começa a reinstalar-se no mercado angolano e isto é muito bom para o investimento, quer seja nacional, quer internacional”, expressou.
Referiu que o Programa de Estabilização Macroeconómica em curso desde Janeiro de 2018 e agora com o apoio técnico e financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI), que também visa restaurar a confiança no mercado está, de igual modo, a ser conduzido com sucesso.
Acrescentou que estão a ser tomadas medidas para que se instale em Angola “um verdadeiro estado de direito em que ninguém esteja acima da Lei.
“ A nossa percepção e percepção do resto do mundo sobre nós começa a mudar. Isto é bom quer para nós angolanos quer para os estrangeiros que queiram investir em Angola”, sublinhou.
O Executivo angolano, disse, a medida que vai restaurando a confiança da sua economia, procura criar as condições para a promoção da competitividade das empresas com vista o aumento da produção nacional, um factor crucial para a robustez da economia.
A implementação das medidas fiscais, contidas no Programa de Estabilização Macroeconómica, o défice fiscal terá diminuído em 2018, tendo passado de 6,3% verificados em 2017, para um superavit de cerca de 0,4% do PIB.
Para este ano de 2019, prevê-se um superavit que poderá situar-se ao redor de 1%.