Os parceiros sociais vão ser ouvidos hoje sobre o “Pós-2020”, numa reunião da Comissão Permanente de Concertação Social, em Lisboa, que conta com a presença do primeiro-ministro, António Costa.
Na segunda-feira, em Coimbra, numa sessão plenária sobre a estratégia nacional para Portugal após o atual quadro financeiro comunitário, o chefe do Executivo sublinhou que o desafio para o futuro passa por transformar os últimos nove meses de crescimento económico nos primeiros de “uma década de convergência sustentada” com a União Europeia (UE).
Para alcançar o desafio, António Costa propõe que a estratégia para o pós-2020 tenha como três “elementos fundamentais” a qualificação, a inovação e a valorização dos recursos nacionais.
Em meados do mês, o primeiro-ministro tinha advertido que a negociação do próximo quadro financeiro da UE será “mais exigente do que os quadros anteriores”, notando que o debate sobre o pós-2020 envolve muito mais do que obras públicas.
Essa dificuldade deve-se nomeadamente ao efeito do ‘Brexit’ (saída do Reino Unido da UE) porque “previsivelmente, haverá um impacto negativo do ponto de vista dos contribuintes, seja porque crescentemente há novas áreas e novas políticas em que a UE quer reforçar a sua participação: nomeadamente no domínio da defesa, no domínio da segurança”.
“Há, por outro lado, novos desafios do ponto de vista social, designadamente com as migrações e as questões colocadas pela demografia da UE. E, por isso, sendo um quadro de discussão mais exigente, quanto mais depressa o iniciarmos, melhor”, considerou.
No passado dia 11, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, no final do Conselho de Ministros extraordinário, tinha anunciado o lançamento de um debate sobre as principais linhas estratégicas do país na próxima década, visando obter um amplo consenso social e político sobre as grandes opções e os investimentos prioritários de Portugal.
No dia seguinte decorreu um plenário extraordinário do Conselho Económico Social (CES), uma reunião solicitada pelo Governo para abrir o debate. (Diário de Notícias)
por Lusa