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Terça-feira, Novembro 26, 2024

Empresa do grupo Delta começa a exportar café angolano para o Senegal

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A empresa angolana Angonabeiro, do grupo português Nabeiro (Delta), anunciou hoje o alargamento da exportação de café daquela marca, sob a denominação de Ginga, para o Senegal, depois da estreia da internacionalização para Cabo Verde.

De acordo com informação enviada hoje à Lusa pela empresa, a Angonabeiro exportou em fevereiro cerca de 12 toneladas de “Café Ginga” para o Senegal, depois de, no mês anterior, ter exportado para Cabo Verde quatro toneladas no “início da expansão internacional do café de Angola”.

O “Café Ginga”, a par da Delta Cafés e Delta Q, são as três marcas de café pertencentes à Angonabeiro, subsidiária do grupo português Nabeiro, líder no mercado de café em Portugal, Angola e Moçambique.

A marca Ginga é integralmente produzida em Angola pela Angonabeiro, apenas com café de fazendas angolanas, e com uma imagem de marca simbolizada pela Rainha Ginga, uma das figuras mais emblemáticas da história e cultura do país.

Com este plano de internacionalização, a Angonabeiro afirma estar a “dar provas da qualidade do café angolano” e a “mostrar que o mesmo pode ser vendido em vários mercados mundiais”.

“Quando criámos a marca Ginga pensámos inicialmente no consumidor angolano mas sentimos que a qualidade do produto ganhou fama noutros mercados e por isso demos início ao processo de internacionalização da marca”, explicou hoje o diretor-geral da empresa, José Carlos Beato.

A empresa do grupo português Delta afirma prestar um “apoio permanente” aos produtores de café do país e garante a “compra de toda a sua produção”, negócio do qual dependem hoje “mais de 20.000 famílias”.

Angola já foi o quarto maior produtor mundial de café, com 200 mil toneladas anuais, antes de 1975. Essa produção está hoje reduzida a menos de 5%, fruto do abandono do cultivo durante a guerra civil angolana que se seguiu à independência.

As empresas do setor estimam que o país produz atualmente cerca de 3.000 toneladas de café – embora números oficiais apontem para 15.000 – e só a Angonabeiro comprou em 2014, a cerca de 20.000 produtores de várias províncias angolanas, 800 toneladas, o maior registo de sempre. No ano anterior conseguiu adquirir 600 toneladas e em 2012 apenas 500.

A Angonabeiro anunciou em 2015 o investimento de um milhão de dólares (900 mil euros) na aquisição da totalidade do capital da empresa pública angolana de produção de café Liangol, cuja gestão já assegurava há 14 anos.

“O grupo Nabeiro veio para Angola no ano 2000, a convite do Governo angolano, numa lógica de revitalização da fileira do café e que supunha a reabilitação de uma fábrica. Isso foi feito e portanto estávamos em Angola ao abrigo de um contrato de gestão [da antiga Liangol], mas havia a perspetiva que esse ativo fosse privatizado um dia, e foi isso que aconteceu”, explicou na ocasião, à Lusa, o diretor da Angonabeiro.

Desde 2001 que a empresa do grupo português assume a gestão da fábrica da Liangol, depois de garantir também a sua reabilitação e modernização, tendo em conta que estava desativada desde 1984.

A empresa ocupa uma área de quatro hectares, com uma zona de armazenamento, torra e embalagem de café, onde o grupo Nabeiro assegura a produção e comercialização de 250 toneladas do café (2014) da marca própria Ginga, que lidera destacada as vendas em Angola. (Agência Lusa)

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