O ex-primeiro-ministro angolano, Fernando França Van Dúnem, manifestou-se “feliz” com a homenagem feita, nesta segunda-feira, em Lisboa, pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) aos antigos nacionalistas africanos da Casa dos Estudantes do Império (CEI).
Antigo associado da CEI, Fernando França Van Dúnem foi um dos antigos alunos do então estabelecimento homenageados, tal como os ex-presidentes Jorge Sampaio (Portugal), Joaquim Chissano (Moçambique), que esteve ausente; Miguel Trovoada (São Tomé e Príncipe) e Pedro Pires (Cabo Verde).
No evento, organizado na Fundação Calouste Gulbenkian, foram ainda homenageados os ex-primeiros-ministros moçambicanos, Mário Machungo e Pascoal Mocumbi, no quadro dos 40 anos das independências das ex-colónias portuguesas e dos 71 anos da criação da CEI.
Ao tomar a palavra, Fernando França Van Dúnem, depois de enaltecer a importância da CEI, “onde comecei a ser homem”, estendeu a homenagem a antigas figuras políticas nacionalistas, especialmente, Agostinho Neto, Amílcar Cabral e Aristides Pereira.
Sobre a relação com Portugal, França Van Dúnem recordou que “antes de ser primeiro-ministro, uma das primeiras visitas efectuadas foi ao presidente Mário Soares, porque tinha dele uma grande estima. Segui o seu percurso e foi um dos que trabalhou muito para o lançamento as bases para um Portugal-democrático”.
Criada em 1944 para permitir o convívio dos estudantes universitários das ex-colónias portuguesas, a CEI foi encerrada 21 anos depois (1965), porque, segundo a PIDE, “com o aproximar das independências das antigas colónias, muito dos seus alunos foram impulsionados para o aprofundamento dos estudos relativos à identidade dos seus países de origem”. (portalangop.co.ao)