Aproveito o espaço jornalístico cedido pelo JE, engrenando primeiro pelos equívocos concernentes ao tema em questão. Ser uma empresa com conta bancária repleta e de grandes infra-estruturas, cujos proprietários/promotores estão de bem com a vida; ser uma empresa que alberga no seu seio um elevado número de empregados; ser monopolista ou cuja marca (produtos ou serviços) seja alvo de uma certa demanda no mercado, mesmo possuindo propriedades e preços de venda duvidosos; ser uma empresa que tenha alcançado um volume de facturação ou outros resultados imediatistas no trimestre transacto; ser uma empresa dadora de um maior foco ao aumento da produção, da carteira de negócios, o foco na sofisticação da maquinaria, e no aumento das vendas, descurando-se do desenvolvimento profissional e socioeconómico dos empregados; estes elementos são tidos, sobretudo, por pessoas leigas em matéria de gestão, como características de uma “empresa de sucesso”, porquanto, os livros atinentes às ciências de gestão acabam por contrariar.
Preciso de trazer à tona que o sucesso empresarial é o alcance ou ultrapassagem de forma contínua dos objectivos estratégicos estabelecidos por uma empresa, pretendo dizer que quando uma dada empresa se adapta constantemente às mutações do meio, através de planos de contingência ou consegue continuamente aplicar estratégias e atitudes que conduzem ao alcance sustentável das metas empresarias anteriormente estabelecidas, está em condições de chamar-se “empresa de sucesso”. Além disso, como é consabido, o alcançar do sucesso não se trata de uma actividade linear, os obstáculos e imprevistos nos meios que cercam as empresas são como as chuvas de Abril, pelo que se impõe que se “olhe com olhos” de águia, vulgo ser visionários, sobre tais fenómenos a fazer face. Deve-se ter constantemente em prontidão as respostas na ponta da língua.
Embrionariamente, devemos assegurar que as empresas sejam um autêntico centro de aprendizagem grupal e de auto-superação, onde os constituintes se revêem nos ideais da empresa, gostem ou aprendam a ultrapassar os desafios assumidos e tornem-se cada vez mais amigos dos números, para que a elaboração e análise dos planos ou projectos de investimentos caracterizem as diversas actividades empresariais.
Prezados, é ainda salutar dizer, sobretudo aos empresários e gestores, da necessidade de não se subir em demasia a fasquia, pois cautelas são chamadas na hora de estabelecer-se metas empresariais, na medida em que estas devem ser realistas e realizáveis. É o mesmo que dizer que é preciso definir bem o chão e o tecto, sob pena de bandeirar-se em arco. Ser humilde, comunicativo e proactivo são virtudes que podem ajudar o gestor a mitigar tal imprecisão.
Oferece-me igualmente exaltar que uma empresa não deve desenvolver-se sozinha. O seu sucesso deve significar indubitavelmente, independentemente do seu objecto social, a satisfação das necessidades dos seus trabalhadores, dos clientes, dos fornecedores, dos accionistas, da comunidade, bem como das necessidades dos seus investidores e do Governo, pelo que, para as empresas, não importa simplesmente lucrar, mas sim ir lucrando sustentavelmente. (jornaldeeconomia.ao)