O evento foi organizado pelo Ministério da Cultura em parceria com a Fundação António Agostinho Neto (FAAN), com vista a assinalar o 92.º aniversário do nascimento do primeiro Presidente de Angola, Dr. António Agostinho Neto e enfatizar a sua obra como estadista, homem de cultura, mantendo viva a sua memória e a sua visão sobre a literatura nacional. Na abertura, a ministra do pelouro, Rosa Cruz e Silva, considerou que “Agostinho Neto conquistou o seu lugar no Mundo por si. As várias Academias, Universidades no Mundo que estudam a sua obra, várias vezes reeditada, espelham bem a importância que ela tem no Mundo e naturalmente em Angola.”
O lançamento das “Actas do Colóquio sobre a Vida e Obra do Dr. Agostinho Neto” (2009) e do estudo “A Renúncia Impossível, de Agostinho Neto. Um discurso intertextualidade e alcance pedagógico”, de Catarina Rodrigues, marcou o encerramento do primeiro dia. O colóquio abordou uma temática variada em torno da vida e obra do primeiro Presidente angolano, repartida por cinco painéis: Agostinho Neto, homem de Cultura; a poesia de Agostinho Neto e o Seu Contexto Revolucionário, A Veia Política de Agostinho Neto, A influência da negritude na obra de Agostinho Neto e A Literatura Angolana: da Imprensa Nacional à era da globalização: contrastes e perspectivas, desdobradas por 23 comunicações apresentadas por oradores nacionais e estrangeiros, entre escritores, investigadores e historiadores.
Como afirmou a brasileira Edna Maria dos Santos, “Agostinho Neto é um exemplo de um intelectual gramsciano, que não só estimulou a cultura e a educação em Angola, como também participou da acção política como o lugar mais completo da materialização de uma cidadania”.
A italiana Augusta Conchiglia considerou que a “ firmeza do presidente angolano, na defesa dos princípios de solidariedade com as forças que combatiam o apartheid e o colonialismo, princípios historicamente defendidos pelo MPLA, lhe confere uma estatura internacional de primeiro plano. A ati- tude de Angola iria determinar o curso da história nesta região do mundo com implicações de ordem geoestratégicas e económicas.”
O professor Pires Laranjeira retomou o legado de Bandung, manifestado pela Conferência Ministerial do Movimento dos Países Não Alinhados, na Argélia, que proporciona uma releitura da poesia de Agostinho Neto a essa luz que se reacende com indicações para este momento político.
“Assim, retirar certos trechos político-humanistas dos seus poemas e recontextualizá-los, reenquadrando-os através de uma nova semântica, pode mostrar como a mensagem ética e política do poeta continua a ser estratégica para Angola e o mundo”.
Comunicações apresentadas no colóquio
José Luís Mendonça – Agostinho Neto no espírito de Kilamba-criador de jisabu, estudo comparado de qualidades de liderança de Agostinho Neto e Nelson Mandela
Manuel da Veiga – A importância e a Oportunidade de um Projecto de Investigação: A Cultura à Luz do Pen- samento de Amílcar Cabral e de Agostinho Neto.
Augusta Conchiglia – A Veia Política de Agostinho Neto
Luís Kandjimbo – Agostinho Neto: Os intelectuais e a teoria das ex-Nações
Jean Michel Mabeko Tali – Post- Negritude e Literaturas Nacionais Africanas/Diagnóstico de um Malestar Identitário Global
Amílcar Xavier – Agostinho Neto: de Icolo e Bengo para o mundo
Pedro Capumba – As contingências do tempo e a emergência de Agostinho Neto
António Quino – Agostinho Neto: Libertando-se através da Poesia
Albino Carlos – O papel da Imprensa na construção da Identidade nacional
António Panguila – A Mística Revolucionária na Poesia de Agostinho Neto.
Salvato Trigo – A influência da Negritude na obra literária de AgostinhoNeto
Luzia Moniz – A Poesia de Agostinho Neto na Imprensa angolana (1975-1979)
Julião Soares Sousa – A Consciencialização cultural do homem negro, a luta de libertação nacional e cultura no discurso de Agostinho Neto
Jesus Alberto Garcia – Projecção do pensamento de Neto: transformações sociais na América Latina e Caribe
Jean Martial Mbah – Análise e interpretação do pensamento político do Dr. Agostinho Neto através do discurso de Dar Es Salam (7 de Fevereiro de 1974)
Augusta Conchiglia – A Veia Política de Agostinho Neto
Luís Kandjimbo – Agostinho Neto: Os intelectuais e a teoria das ex-Nações
Jean Michel Mabeko Tali – Post-Negritude e Literaturas Nacionais Africanas/Diagnóstico de um Mal-estar Identitário Global
Amílcar Xavier – Agostinho Neto: de Icolo e Bengo para o mundo
Pedro Capumba – As contingências do tempo e a emergência de Agostinho Neto
António Quino – Agostinho Neto: Libertando-se através da Poesia
Albino Carlos – O papel da Imprensa na construção da Identidade nacional
António Panguila – A Mística Revolucionária na Poesia de Agostinho Neto
Salvato Trigo – A influência da Negritude na obra literária de Agostinho Neto
João Lourenço – Imprensa, nacionalismo e Cultura entre 1880-1923
Carmen Lúcia Tindó Secco – Agostinho Neto e a Poesia Angolana da Pós-independência: reflexões
Jesus Alberto Garcia – Projecção do pensamento de Neto: transformações sociais na América Latina e Caribe
Mariagrazia Russo – Ndunduma e o Tempo angolano em Itália
Abreu Paxe – Processos Culturais Angolanos em sua Literatura
Pires Laranjeira – O renovado espírito de Bandung na letra de Agostinho Neto (aspectos de uma estética estratégica para os novos tempos). (CULTURA-jornal angolano de Artes & Letras)