O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, realizou uma extensa agenda de trabalho na capital que culminou com a visita ao local onde está a ser erguido o novo aeroporto internacional, primeira fase do novo aeroporto internacional de Luanda poderá ser inaugurada dentro de dois anos, segundo informou o ministro da Construção, Waldemar Pires, durante a visita de campo que o Presidente da República efectuou à localidade de Bom Jesus, município de Icolo e Bengo, cerca de 40 quilómetros de distância do centro da cidade de Luanda.
De acordo com o ministro Waldemar Pires, citado pela Angop, as obras que tiveram início em 2007 dividem-se em quatro áreas, nomeadamente zonas de voo, terminais, área de controlo de tráfego e instalações de apoio. Em Agosto de 2012, foi concluída a pista Norte, com 3.800 metros de cumprimento e 60 de largura, onde podem aterrar e descolar aeronaves do tipo Boeing -747.
A infra-estrutura comporta ainda arruamento, vedação e iluminação para apoio à navegação e linhas sinalizadoras, assim como posto de controlo. Segundo Ju LizHao, representante da empresa chinesa responsável pela construção do empreendimento, o novo aeroporto possui duas pistas, uma das quais já está concluída, nomeadamente a da ala Norte, enquanto a pista do ponto Sul ainda está por concluir e estende-se por 4.000 metros de cumprimento e 75 de largura. Essa pista permitirá a aterragem e descolagem de aviões como o Airbus A-380.
Em entrevista à imprensa, Ju LizHao congratulou-se com a presença do Presidente e afirmou que doravante as obras conhecerão um ritmo mais acelerado. “Achamos que a visita do Presidente da República vai permitir acelerar o andamento das obras, porque nós vamos aproveitar para relatar todos os constrangimentos”, disse.
Aquele responsável deu a conhecer que o empreendimento compreenderá uma zona de voo, dois terminais, três controlos de tráfego aéreo e quatro instalações de apoio complementares e prevê um tráfego anual na ordem de 1,5 milhões de passageiros. Além da ida ao novo aeroporto, o Presidente da República visitou também a aldeia solar Cabiri.
Agenda recheada
Foi igualmente motivo de manchete, a passagem pelo Palácio Presidencial de governantes provenientes de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, além da enviada especial do Secretário–Geral da ONU para a região dos Grandes Lagos.
De Cabo Verde veio a ministra das Finanças e Planeamento, Cristina Duarte, que além do contacto que manteve com o Presidente angolano, aproveitou a sua estadia no país para encetar negociações com o presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno dos Santos.
À saída do encontro com o presidente do Fundo Soberano de Angola, a ministra cabo-verdiana disse à imprensa ter apresentado, na reunião, oportunidades de investimento relativas a aplicações financeiras que começam a despontar no seu país, resultantes do processo de infra-estruturação e das reformas económicas em curso.
“Tive a oportunidade de dizer ao presidente do Conselho de Administração do Fundo que nos últimos anos Cabo Verde levou a cabo imensos programas de infra-estruturação em todos os sectores. Neste momento, do capital que o Fundo Soberano de Angola (FSA) tem, pode-se começar a perceber que Cabo Verde é também um país infra-estruturado”, salientou.
Por sua vez, o primeiro-ministro de São Tomé, Gabriel Costa, disse à imprensa, no aeroporto internacional 4 de Fevereiro, depois da visita oficial de dois dias, que o seu país tem interesse em cooperar e reforçar as relações com Angola em várias áreas, entre as quais o turismo, prestação de serviços e a construção de um porto de águas profundas.
Durante a sua estadia em Luanda, Gabriel Costa foi recebido pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, com quem abordou, entre outros assuntos de interesse internacional, questões ligadas ao reforço da cooperação bilateral.
Já a enviada especial do Secretário-Geral da ONU, Mary Robinson, abordou questões relacionadas à situação vigente na região dos Grandes Lagos e à presidência de Angola no organismo regional.
“Estou bastante satisfeita por este encontro com o líder angolano, na qualidade de presidente em exercício da conferência internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), devido ao papel de liderança por ele demonstrado”, afirmou a diplomata, quando abordada pela imprensa no término da audiência a si concedida, no Palácio Presidencial. (Jornal de Economia & Finanças)