Começou nessa segunda-feira, 21 de novembro, o processo de julgamento de três dirigentes do regime Khmer Vermelho no Camboja. Eles são acusados de crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade em um episódio da história do país que resultou na morte de cerca de dois milhões de pessoas.
O ex-ministro das Relações Exteriores do Camboja, Ieng Sary, o presidente da “Kampuchea democrática”, Khieu Samphan, e Nuon Chea, um dos idealizadores do regime, os três principais dirigentes ainda vivos, começaram a ser julgados nesta segunda-feira na capital Phnom Penh. O processo representa a última oportunidade para as famílias das vítimas entenderem, mais de 30 anos após os fatos, o que motivou a morte de dois milhões de pessoas durante o regime totalitário liderado por Pol Pot entre 1975 e 1979.
A alta comissária para Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, parabenizou a justiça cambojana pela realização do julgamento, mesmo se ela alertou para os riscos de ingerência política, que podem apagar a credibilidade da corte. O primeiro-ministro do Camboja, Hun Sem, sempre se opôs à realização de novos processos e o tribunal foi criticado várias vezes por seu comportamento diante das pressões políticas.
Esse é o segundo processo do regime Khmer Vermelho no tribunal internacional. Em julho de 2010, Kaing Guek Eav, conhecido como Douch, foi condenado a 30 anos de prisão. Ele era o chefe da cadeia S21, onde 15 mil pessoas foram torturadas antes de serem assassinadas.
Os três dirigentes julgados no processo desta segunda-feira negam todas as acusações de responsabilidade nas mortes durante o regime. O veredicto está previsto para ser divulgado em 15 dias.
Fonte: RFI
Foto: Reuters