Em entrevista a emitir este sábado pela SIC Notícias, este ex-procurador-geral diz que há juristas e constitucionalistas a fazerem «pressão descarada» sobre o Tribunal Constitucional.
O ex-procurador-geral da República Pinto Monteiro entende que o Tribunal Constitucional está a sofrer uma «pressão descarada» e diz mesmo ter dúvidas se existe separação de poderes quando «toda a gente se mete» com este tribunal.
Numa entrevista a emitir ainda este sábado pela SIC Notícias, Pinto Monteiro considerou que «ao princípio a pressão era subtil» e lembrou que, então questionado sobre este assunto, até teve «um certo de pudor em falar de pressão».
«Agora não tenho pudor nenhum. A pressão é feita descaradamente. E sabe o que mais me choca? Juristas e até constitucionalistas, que têm a sua opinião, fazem uma outra opinião por uma questão política», acrescentou.
Pinto Monteiro disse ainda não compreender a posição destes juristas e constitucionalistas que «fora da política têm outra opinião», uma vez que «alguém que defende uma coisa têm de a defender sempre».
«Não percebo como pode haver constitucionalistas que defendem o Tribunal Constitucional e, neste caso, dizem ‘bem e se fizerem acaba o mundo e há um tsunami’. Não pode ser. É uma pressão descarada», sublinhou.
Este antigo procurador-geral considerou ainda que é mau que um político ou cidadão comum emita este tipo de pressões as frisou que é «péssimo» quando é feita por juristas.
Nesta entrevista, Pinto Monteiro disse ainda ter receio do futuro do país, muito embora não tenha querido emitir «opiniões políticas» sobre esse assunto, por ser «magistrado».
«Evito falar de política, mas se me perguntar se estou tranquilo com o meu país é óbvio que não estou como creio que pouca gente estará, mesmo aqueles que dizem que sim», adiantou.
Questionado sobre o que é se pode fazer, Pinto Monteiro considerou que apenas se pode «protestar e tentar melhorar». (tsf.pt)