Em Bruxelas, tal como numa boa parte da União Europeia, os olhares estão postos na Alemanha. Das eleições federais dependem muitos projetos, como a união bancária, os planos de estímulo ao crescimento ou ainda a defesa comum.
Hoje, nenhuma decisão importante em Bruxelas é tomada sem haver uma posição clara da chancelaria em Berlim. A esperança de muitos europeus é que essas decisões sejam tomadas depois das eleições.
A chanceler Angela Merkel tem a confiança da maioria dos alemães e deve garantir-lhe a reeleição. Merkel representa, para eles, que o país está em boas mãos. Os temas europeus foram deixados de fora desta campanha eleitoral.
Só o partido de esquerda Die Linke e os eurocéticos da Alternativa para a Alemanha, um partido anti-euro que tem vindo a subir nas sondagens, é que têm dado algumas dores de cabeça à chanceler, no que toca aos assuntos europeus.
Para muitos alemães, a prioridade da campanha eleitoral foi outra: “O salário mínimo. Para trabalhar por tão pouco dinheiro, quase não vale a pena trabalhar”, diz uma alemã.
“A europa não esteve no centro desta campanha eleitoral e não penso que seja sequer uma ideia com raízes na sociedade”, diz outro berlinense.
Se Merkel for obrigada a fazer uma coligação com o SPD, há quem veja nisso uma esperança de flexibilização. Para Judy Dempsey, da Fundação Carnegie, não é bem assim: “Há um mal-entendido, que vem dos trabalhistas britânicos e dos socialistas franceses, segundo o qual a Alemanha será mais flexível com o euro se o SPD entrar para o governo. Que o governo vai gastar mais, defender os direitos sociais e a Europa. Sim, o SPD defende tudo isso, mas não se esqueçam que o SPD apoiou sempre Angela Merkel, durante toda a crise do Euro”.
Na Europa, há esperanças de que estas eleições mudem a atual situação. Mas o resultado pode dar ainda mais força a Angela Merkel para prosseguir com as políticas de austeridade que afetam neste momento vários países, incluindo Portugal e Grécia. (pt.euronews.com)