A regularidade na realização de testes leva a direcção e o médico do 1º de Agosto a questionarem a veracidade dos casos positivos de Covid-19, que ditaram o enfraquecimento da equipa, na pesada goleada (2-6) diante do Namungo FC da Tanzânia, domingo em Dar es Salam, na decisão do passe para a fase de grupos da Taça da Confederação Africana de Futebol (CAF).
O afastamento do guarda-redes Toni Cabaça, dos defesas centrais Bobó e Bonifácio, do médio Mário Balbúrdia e do ponta-de-lança Mabululu, por alegadamente estarem infectados, fragilizou os militares. De acordo com os dirigentes do clube, a informação foi prestada duas horas antes do início do jogo, pelas autoridades sanitárias tanzanianas, sem apresentarem os exames.
Perplexo, o médico cubano Virgílio Paez, responsável clínico dos tetra-campeões nacionais, disse aos canais de comunicação dos rubro e negros que no dia 14 a equipa fez o teste RT-PCR, para jogar com o Namungo, na partida cancelada por decisão do Ministério da Saúde, em resposta aos casos positivos registados na comitiva desportiva, à chegada a Luanda.
“No dia 17 jogámos com a Académica do Lobito. Fizemos testes rápidos de zaragatoa. Os que são feitos no aeroporto e pelas equipas de futebol na Europa. Todos esses testes foram negativos. Terminou o jogo com a Académica, às 20h00 voltámos a testar RT-PCR. Viajámos com toda a equipa negativa. O 1º de Agosto estava negativo a RT-PCR, no dia 18”, esclareceu.
Convicto de que o adversário dos militares usou a pandemia para tirar vantagem na discussão da eliminatória da também denominada Taça Nelson Mandela, o médico realçou o facto de os testes terem sido entregues no dia 19, de manhã, e da equipa voltar a testar no sábado, por RT-PCR, com amostra da amígdala, colheita feita pela garganta.
“No dia 21, domingo, às 13h30, nos comunicam que temos cinco jogadores e um funcionário positivos. Não entendemos muitas coisas que ocorrem com os testes RT-PCR. O 1º de Agosto leva uma história de testes negativos de quase três meses. Cumpre um regime muito estrito de protecção, até à casa dos atletas. Hoje ficámos surpresos. Não nos mostraram os testes negativos. Só informaram que temos cinco jogadores e um funcionário positivos”, lamentou Virgílio Paez.
Resultados normais
O especialista em ortopedia ligou o afastamento dos jogadores à derrota expressiva que coloca em causa as aspirações de apuramento, visto que o 1º de Agosto, obrigado pela CAF a realizar as duas partidas no terreno do adversário, tem de protagonizar uma recuperação épica, à semelhança do Barcelona, que em 2017 virou uma desvantagem de 4-0, com o triunfo por 6-1, na segunda “mão”, frente ao PSG de França.
“Isso desarticulou a nossa equipa, começando pela defesa e terminar no ataque. Solicitámos o contra-teste. De toda forma, avançámos para os testes celulógicos (sangue) e os nossos jogadores estão não reactivos IGG. Quer dizer que não entendemos”, concluiu Paez.
O embaixador angolano jogou sob protesto, por isso aguarda a resposta do Comité de Competições da Confederação. O Jornal de Angola apurou que o elenco de Carlos Hendrick da Silva estabeleceu, ontem, contacto com o presidente eleito da Federação Angolana, Artur de Almeida e Silva, que prometeu a partir da África da Sul, onde participa no Congresso da Confederação Regional (Cosafa), interceder junto da CAF, em defesa dos militares.
Sob o comando do burquinabe Narcisse Yameogo, na ausência do português Paulo Duarte, impedido de viajar, por ter cumprido até sábado 10 dias de quarentena domiciliar, os rubro e negros preparam o jogo de reposta, marcado para quinta-feira, no mesmo recinto. Os jogadores afastados voltam amanhã.