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Sábado, Novembro 23, 2024

1899: Nascia Al Capone

Filho de imigrantes italianos, ele foi um dos maiores gângsteres americanos no começo do século 20. Nascido em 17 de janeiro de 1899, Al Capone acabou sendo preso por sonegação de impostos.

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FONTE:DW

“Tem gente que quer me ver na cadeia e pergunta: ‘quem esse cara imagina que é?’. Eu espero que não seja apenas a minha imaginação – e pode escrever no seu jornal – que eu simplesmente esteja dando o que as pessoas querem. E elas querem é beber. Elas sabem disso, eu sei, todos sabem e eu me atenho a isso, nada mais. Para que essa falação de contrabando de álcool? Uns dizem que é contrabando, outros que é satisfação de necessidades. Mas eu sou é um homem de negócios.”

As palavras são do personagem Al Capone no filme Os Intocáveis, mas expressam como o gângster de carne e osso via suas atividades, em plena era da Lei Seca, a proibição de álcool nos Estados Unidos: ele se considerava um mero homem de negócios. “Al Capone – negociante de antiguidades” – era o que constava de seu cartão de visitas. E, no entanto, Capone era o rei de Chicago, o chefão do crime organizado que regia um império de boates e clubes noturnos, bordéis, casinos e casas de jogos, cervejarias e bares ilegais.

Tudo começou no Brooklyn, onde ele nasceu em 17 de janeiro de 1899. Al era o quarto filho do cabeleireiro Gabriele Capone, que imigrara da Itália ao Novo Mundo com sua esposa, Teresa, em 1894. Gente honesta, seus pais conseguiram juntar um bom dinheiro com o seu pequeno salão. Nada parecia indicar que dessa família sairia um dos maiores gângsteres americanos.

Johnny Torrio: padrinho e parceiro de Capone

Quando jovem, Al Capone foi office boy de Johnny Torrio, homem reservado e de aparência elegante, mas que, por trás da fachada respeitável, administrava inúmeros casinos, bordéis e bares.

Essa foi a primeira lição que Al Capone aprendeu: criar uma imagem e manter as aparências. Em 1917, aprendeu mais uma. Ao brigar com o irmão de uma moça, Al Capone levou três facadas no rosto. Dessa experiência ficaram as cicatrizes e seu apelido: Scarface.

Depois disso, houve uma fase tranquila na vida de quem seria, no futuro, o “inimigo público número um” nos EUA. Em 1919, já pai de família, trabalhava em Baltimore como contabilista. Um ano depois, retomou o contato com Johnny Torrio, que se mudara para Chicago, a cidade que atraía quem queria ganhar muito dinheiro com negócios ilegais.

A sociedade com Torrio foi muito rentável para Capone. Logo lhe pertenciam vários bordéis e bares e, em 1925, ele tornou-se o herdeiro do gigantesco império ilegal que Torrio montara em Chicago. A partir de então, residia numa suíte de cinco quartos do Hotel Metropole, que custava 1,5 mil dólares por dia, circulando entre os vips da cidade.

A artimanha que acabou com o gângster

Nos bastidores, porém, as gangues travavam uma guerra sem trégua, que culminou no tiroteio de 14 de fevereiro de 1929. As vítimas foram sete cabeças da banda de Bugs Moran, o principal inimigo de Al Capone. Este, como sempre, tinha preparado um bom álibi. Nesse dia, estava em Palm Island, na Flórida.

O massacre mobilizou o presidente Herbert Hoover. Em 29 de março, ele escreveu a seu secretário do Tesouro, Andrew Mellon: “O sr. já conseguiu pegar finalmente esse Capone? Eu quero esse fulano na cadeia!”.

Apesar disso, a brutal eliminação dos concorrentes ficou impune. No entanto, uma nova lei determinava a cobrança de impostos até sobre rendimentos ilegais, e Al Capone teria muito o que declarar ao fisco. Com base em velhos livros de contabilidade, os fiscais da Fazenda calcularam, em 1931, que o gângster devia ao “leão” mais de 200 mil dólares. No processo, o promotor exigiu uma pena de 34 anos de prisão. A sentença foi promulgada no dia 24 de outubro do mesmo ano.

Al Capone pegou 11 anos por sonegação de impostos. A condenação foi o fim de sua carreira no mundo do crime. Nos dois primeiros anos, o gângster ainda conseguiu viver de forma relativamente confortável na penitenciária de Atlanta. Mas depois, no rígido presídio de Alcatraz, acabaram-se as mordomias e subornos. Como se não bastasse, os médicos diagnosticaram sífilis em estágio avançado.

Em 1939, Al Capone foi libertado sem haver cumprido toda a pena. Doente, o ex-rei dos gângsteres era uma pálida sombra do que fora e acabou morrendo em 1947, aos 48 anos de idade.

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